segunda-feira, 29 de abril de 2013

latejo paradoxal

rosto rígido, respiração intensa e profunda.
sinto cravando minha arcada dentária em si mesma, quase se destruindo.
gosto de sangue.
engulo seco com o maxilar latejando e forçando mais e mais, somente para que aquela lágrima, que insisti em querer descer, não desça. porque a raiva que sinto agora não permite. como não aceita todas essas outras posturas a que despertaram meu latejo nesse rosto rígido.
é tão latente o desejo de ser aceita e tão latente o ódio de não aceitar -tais posturas-. quanto paradoxo! mas o que é a vida se não um paradoxo?
pois apesar de ser olhada como incomum, sou bem igual a vida, um paradoxo. E agora me diga: a vida não é comum?
quem será de fato o incomum nesta história?
com a cabeça pulsando, fecho os olhos e sorriu sarcástica ouvindo um bom som (in)comum.

(L.B.)


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Um toque divino.

Quando a convicção de determinados refúgios que achamos serem os únicos, some ao nos surpreendermos com a maneira com que Deus nos mostra um calor em outros braços. Tão inesperados. E suficientes.
L.B.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Vagarosa


"Eu acho que as coisas que ficam fora da gente, essas coisas como o tempo e o lugar, essas coisas influem muito no que a gente vai dizer, entende? Pois por fora, hoje, havia chuva e um pouco de frio: essa chuva e esse frio parecem que empurram a gente mais pra dentro da gente mesmo, então as pessoas ficam mais lentas, mais verdadeiras, mais bonitas. Hoje eu estava assim: mais lento, mais verdadeiro, mais bonito até." 

(Caio F. A.)

quinta-feira, 18 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido.
Eu não: quero uma verdade inventada.

C. Lispector

sábado, 6 de abril de 2013

Vinicius, ajuda a expelir o que há dentro e em mim! // À ela.

"Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te com amigo e como amante
Nunca, sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te com um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de amar assim muito amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude."

quarta-feira, 3 de abril de 2013

A história de como 4 simples pessoas se tornaram eternas em mim.

Uma vez, uma delas me disse:
- "Lu, você é a pessoa mais... (não encontrou palavras para expressar) que eu já conheci. E eu quero que você me prometa uma coisa. - segurando minha mão e olhando bem dentro dos meus olhos. - Prometa que nunca vai deixar cortarem suas asas. Porque já basta você ser um pássaro grande vivendo em uma gaiola pequena! - olhando para o céu. - Você ainda não percebeu que esse mundo é pequenino demais para o que te tem ai dentro?"
E eu nada soube dizer. Agradecida, apenas consegui sentir que aquilo um dia me faria muito mais sentido e que era importante guardar aquelas palavras sinceras e de carinho.



Alguns anos depois outra pessoa (espírito que me cuida) me deu um livro chamado 'Calvário de libertação, de Divaldo P. Franco pelo espírito de Victor Hugo' dizendo que o livro iria me ajudar. Quase três anos depois ainda não o consegui ler. Mas em um dia como o de hoje, resolvi pegá-lo para ler e fiquei horas parada na frente de sua capa... me perguntando se era pelo conteúdo ou pela capa que Deus o havia colocado em meu caminho.
Pois digo agora que foi a capa que me ajudou a arrancar um sorriso qualquer que não saía de mim há dias. E quanto ao conteúdo, isso é pra outra conversa. Obrigada querido amigo.



Entre a boca da noite e da madrugada um ser de luz me falou:
- "Quando você achar que se perdeu e que tudo parece ruim, escreva. Apenas escreva. De qualquer forma. Pois as asas da imaginação virão. E você se sentirá melhor."
Com lágrimas nos olhos ainda, aceitei sua fala com um suspiro de alívio e reconforto.
Sei que à alguém como esse ser eu não preciso agradecer, mas faço questão... obrigada!

Recortando um pedaço de jornal onde tinha a Canção Mínima (de Cecilia Meireles), cantarolei e chorei. Quão feliz estava! Era tanta empatia que não cabia em mim. Talvez por saber lá no fundo que essa canção ainda me ampararia inúmeras vezes. E que é saudável se ter um refugio.
Então, obrigada a mim mesma por ter colado na porta do meu quarto esse papel recortado e por C.M. por tê-la escrito.
[No mistério do sem fim
Equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
E, no jardim, um canteiro,
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.]


terça-feira, 2 de abril de 2013

o anseio que a escrita me faz.

Parei de escrever. Faz um tempo.
Desaprendi.
Em troca aprendi a lastimar essa perda.
De repente estou aqui transcrevendo meus pensamentos...
Que vergonha sinto de mim, não de mim exatamente, mas a culpa é da escrita que sempre me esteve presente mesmo quando não escrevia e escrevia apenas nos pensamentos.
Já faz um bom tempo que ela não me vem visitar e agora a estou traindo tentando desesperadamente escrever algo, mas nada me vem. Estou bloqueada pela dormência.
Mas talvez provocando-a se sinta enciumada e venha.
Assim espero. Mesmo cansada de esperar. Por ela e por tudo e por nada e pela espontaneidade. E por mim.

, aguardando



(LB)