segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

tenho vistos pássaros mortos nas últimas noites, constantemente
no asfalto irregular, na grama cheia de folhas, num filme pela madrugada
é a morte exteriorizando minha decadência
andei decaindo, caindo
pra fora de mim, longe de mim
asas que não se movem mais, perdidas no meio podre da carnificina que fizeram no meu coração, na minha alma
asas inertes diante da minha não vida
sobrevivendo a uma quase morte real e diária
pássaros morrem. asas param. eu sou um pássaro (já me leram assim)
é que minha essência não voa mais