segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

tenho vistos pássaros mortos nas últimas noites, constantemente
no asfalto irregular, na grama cheia de folhas, num filme pela madrugada
é a morte exteriorizando minha decadência
andei decaindo, caindo
pra fora de mim, longe de mim
asas que não se movem mais, perdidas no meio podre da carnificina que fizeram no meu coração, na minha alma
asas inertes diante da minha não vida
sobrevivendo a uma quase morte real e diária
pássaros morrem. asas param. eu sou um pássaro (já me leram assim)
é que minha essência não voa mais

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sobre uma fotografia.

- quero acordar você todas as manhãs e, com seus pés ainda virgens do chão, te encher de beijos e carinhos infinitos!

sábado, 3 de agosto de 2013

Dança de Salão

o ruído das sandalhas, meia luz... a voz masculina ao fundo, bolerando.
cheio de meios olhares e meios sorrisos, de satisfação.
sapatos bem lustrados - nunca vi tanto brilho levando pés. quadris.
passos. sanfona. o pensamento longe. vento. pernas nos vestidos.
o quicar das saias. e seus lustres.
já passava das doze badaladas.

(L.B.)

quinta-feira, 1 de agosto de 2013



"— Escolhe a tua estrela favorita — disse ele naquela noite. Ele disse que eu podia ficar com ela para mim. Ele disse que era o meu presente de Natal.
— Você não pode me dar uma estrela! — falei. — Ninguém é dono de uma estrela.
— É isso aí — disse ele. — Nenhuma outra pessoa tem uma estrela. Basta você declarar que tem antes dos outros, que nem aquele carcamano do Cristóvão Colombo, que declarou que a América era da rainha Isabel. Declarar que uma estrela é tua tem a mesma lógica."

(Trecho de O Castelo de Vidro, de Jeannette Walls)

sábado, 8 de junho de 2013

Mantra

Forca da Paz, cresça sempre sempre mais!
Que reine a Paz e acabem-se as fronteiras,
Nós somos um!

Bom diaa!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

"Ainda bem que sempre existe outro dia.
E outros sonhos. E outros risos.
E outras pessoas. E outras coisas..."
(C.Lispector)

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Encontrar-se.

"Encontrar-se dentro dos melhores pensamentos. Perdoar e seguir. Libertar-se de todos os percalços. Alguma coisa aconteceu, quadril, costas, coluna, choro, desilusão, depressão. Sair, mudar tudo, libertar-se. Ultrapassar Karma, perceber que passará. Sair de casa, olhar outros prismas. Não importa. O melhor está por vir,
e está à frente."

segunda-feira, 29 de abril de 2013

latejo paradoxal

rosto rígido, respiração intensa e profunda.
sinto cravando minha arcada dentária em si mesma, quase se destruindo.
gosto de sangue.
engulo seco com o maxilar latejando e forçando mais e mais, somente para que aquela lágrima, que insisti em querer descer, não desça. porque a raiva que sinto agora não permite. como não aceita todas essas outras posturas a que despertaram meu latejo nesse rosto rígido.
é tão latente o desejo de ser aceita e tão latente o ódio de não aceitar -tais posturas-. quanto paradoxo! mas o que é a vida se não um paradoxo?
pois apesar de ser olhada como incomum, sou bem igual a vida, um paradoxo. E agora me diga: a vida não é comum?
quem será de fato o incomum nesta história?
com a cabeça pulsando, fecho os olhos e sorriu sarcástica ouvindo um bom som (in)comum.

(L.B.)


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Um toque divino.

Quando a convicção de determinados refúgios que achamos serem os únicos, some ao nos surpreendermos com a maneira com que Deus nos mostra um calor em outros braços. Tão inesperados. E suficientes.
L.B.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Vagarosa


"Eu acho que as coisas que ficam fora da gente, essas coisas como o tempo e o lugar, essas coisas influem muito no que a gente vai dizer, entende? Pois por fora, hoje, havia chuva e um pouco de frio: essa chuva e esse frio parecem que empurram a gente mais pra dentro da gente mesmo, então as pessoas ficam mais lentas, mais verdadeiras, mais bonitas. Hoje eu estava assim: mais lento, mais verdadeiro, mais bonito até." 

(Caio F. A.)

quinta-feira, 18 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido.
Eu não: quero uma verdade inventada.

C. Lispector

sábado, 6 de abril de 2013

Vinicius, ajuda a expelir o que há dentro e em mim! // À ela.

"Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te com amigo e como amante
Nunca, sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te com um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de amar assim muito amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude."

quarta-feira, 3 de abril de 2013

A história de como 4 simples pessoas se tornaram eternas em mim.

Uma vez, uma delas me disse:
- "Lu, você é a pessoa mais... (não encontrou palavras para expressar) que eu já conheci. E eu quero que você me prometa uma coisa. - segurando minha mão e olhando bem dentro dos meus olhos. - Prometa que nunca vai deixar cortarem suas asas. Porque já basta você ser um pássaro grande vivendo em uma gaiola pequena! - olhando para o céu. - Você ainda não percebeu que esse mundo é pequenino demais para o que te tem ai dentro?"
E eu nada soube dizer. Agradecida, apenas consegui sentir que aquilo um dia me faria muito mais sentido e que era importante guardar aquelas palavras sinceras e de carinho.



Alguns anos depois outra pessoa (espírito que me cuida) me deu um livro chamado 'Calvário de libertação, de Divaldo P. Franco pelo espírito de Victor Hugo' dizendo que o livro iria me ajudar. Quase três anos depois ainda não o consegui ler. Mas em um dia como o de hoje, resolvi pegá-lo para ler e fiquei horas parada na frente de sua capa... me perguntando se era pelo conteúdo ou pela capa que Deus o havia colocado em meu caminho.
Pois digo agora que foi a capa que me ajudou a arrancar um sorriso qualquer que não saía de mim há dias. E quanto ao conteúdo, isso é pra outra conversa. Obrigada querido amigo.



Entre a boca da noite e da madrugada um ser de luz me falou:
- "Quando você achar que se perdeu e que tudo parece ruim, escreva. Apenas escreva. De qualquer forma. Pois as asas da imaginação virão. E você se sentirá melhor."
Com lágrimas nos olhos ainda, aceitei sua fala com um suspiro de alívio e reconforto.
Sei que à alguém como esse ser eu não preciso agradecer, mas faço questão... obrigada!

Recortando um pedaço de jornal onde tinha a Canção Mínima (de Cecilia Meireles), cantarolei e chorei. Quão feliz estava! Era tanta empatia que não cabia em mim. Talvez por saber lá no fundo que essa canção ainda me ampararia inúmeras vezes. E que é saudável se ter um refugio.
Então, obrigada a mim mesma por ter colado na porta do meu quarto esse papel recortado e por C.M. por tê-la escrito.
[No mistério do sem fim
Equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
E, no jardim, um canteiro,
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.]


terça-feira, 2 de abril de 2013

o anseio que a escrita me faz.

Parei de escrever. Faz um tempo.
Desaprendi.
Em troca aprendi a lastimar essa perda.
De repente estou aqui transcrevendo meus pensamentos...
Que vergonha sinto de mim, não de mim exatamente, mas a culpa é da escrita que sempre me esteve presente mesmo quando não escrevia e escrevia apenas nos pensamentos.
Já faz um bom tempo que ela não me vem visitar e agora a estou traindo tentando desesperadamente escrever algo, mas nada me vem. Estou bloqueada pela dormência.
Mas talvez provocando-a se sinta enciumada e venha.
Assim espero. Mesmo cansada de esperar. Por ela e por tudo e por nada e pela espontaneidade. E por mim.

, aguardando



(LB)